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Um possível domo vulcânico de Terras Altas sem catalogação.
(créditos: Tolentino.)

Informações sobre a Foto

Um possível domo vulcânico de Terras Altas sem catalogação.

(créditos: Tolentino.)

Um possível Domo Vulcânico de Terras Altas sem catalogação:

No dia 15 de março de 2016, por volta das 20h30m, a Lua estava 53 % iluminada, com 6,9 dias de lunação, na fase quarto-crescente e numa altitude de 39o .

Nessa mesma hora, eu estava observando próximo ao terminadouro (linha que separa o dia da noite), numa região perto da cratera ALBATEGNIUS (diâmetro: 131 Km, profundidade: 3,2 Km, Coordenadas Selenográficas: LAT: 11° 12′ 00″ S, LON: 004° 06′ 00″ E). Utilizava nessa observação um refrator apocromático Tele Vue 85mm, com ocular Tele Vue Nagler 2,5mm, resultando num aumento de 240 X. A visão estáva muito nítida, graças à qualidade do conjunto telescópio/ocular e porque, naquele momento, as condições atmosféricas estavam bem favoráveis.

Imagem: Telescópio Refrator Apocromático Tele Vue 85mm utilizado na observação lunar.

Uma visão diferente:

Uma pequena formação, que eu nunca havia notado antes, se destacou em minha visão e me chamou a atenção. Era um pequeno monte isolado, localizado entre a cratera ALBATEGNIUS e a cratera Abulfeda D (diâmetro: 20 Km, profundidade: 1,78 Km, Coordenadas Selenográficas: LAT: 13.2° S, LON: 009.5° E).

Foto executada por VTOL com com apenas 1 frame em ‎01‎ de ‎maio‎ de ‎2013, ‏‎03:38:36 (06:38:36 UT).

Observando mais atentamente o pequeno monte isolado (posicionado cerca de 40 Km a sudeste de ALBATEGNIUS), a impressão que me veio à mente, devido ao seu aspecto visual, é que poderia tratar-se de um domo vulcânico de terras altas. Isso devido, à semelhança dessa interessante formação observada, com domos vulcânicos de terras altas já identificados e catalogados, como o domo "Catharina 1", o domo “Thebit U 1” e o domo "Pontanus H 1".

Memorizei a posição do referido monte isolado na superfície lunar e fui pesquisar em meus mapas lunares e fontes bibliográficas. O resultado da busca foi infrutífero. Não encontrei nenhuma referência a essa desconhecida formação. Porém, sua semelhança com a estrutura de um verdadeiro domo de terras altas, me faz pensar que seria possível que esse monte isolado pudesse ser realmente um domo vulcânico, baseado no fato de que, na lista dos domos lunares conhecidos, identificados e catalogados (http://digilander.libero.it/glrgroup/kapralcatalog.pdf), muitos deles não tem comprovação de que sejam realmente domos vulcânicos (código “U” – Unverified na coluna CODE da referida lista).

Levantei os seguintes dados desse monte isolado:

- Coordenadas Selenográficas: LAT: 12.98o  S, LON:  008o E.

- Dimensões na base: Comprimento: 9 m. Largura máxima: 5 m.

- Altitude: 342 m
 

Foto: Imagens do monte isolado observado e suposto domo vulcânico de terras altas, capturadas pela sonda lunar robótica LRO da NASA.

Imagem: Perfil altimétrico N - S do monte isolado observado e suposto domo vulcânico de terras altas - LRO QuickMap.

ImagemPerfil altimétrico W - E do monte isolado observado e suposto domo vulcânico de terras altas - LRO QuickMap.

Foto: Imagem capturada pela sonda lunar robótica americana Lunar Orbiter da NASA.

Foto: Imagem capturada pela missão APOLLO 16 -  NASA.

Imagem: Mapa LAC 77 mostrando o monte isolado - Lpi.Usra.Edu.

Imagem: Mapa LM 77 mostrando o monte isolado - Lpi.Usra.Edu.

Imagem: Mapa geológico mostrando o monte isolado - Lpi.Usra.Edu.

 

Isto posto, pala ilustrar as semelhanças desse misterioso monte isolado com os domos "Catharina 1", “Thebit U 1” e "Pontanus H 1", mostro abaixo algumas informações sobre esse trio:

Domo vulcânico de Terras Altas "Thebit U 1":

Localização: no interior da grande e antiga cratera extraoficialmente chamada de “Ancient THEBIT”;

Dimensões na base: 10 Km X 6 Km;

Altitude: aproximadamente 550 m;

Coordenadas Selenográficas: LAT: 20.5615o S, LON: 006.3913o W;

Foto executada por VTOL com apenas 1 frame em 11‎ de ‎novembro‎ de ‎2013, ‏‎20:55:41 (23:55:41 UT).

Foto: Imagem do domo vulcânico de terras altas "Thebit U 1", capturada pela sonda lunar robótica LRO da NASA.

Imagem: O perfil altimétrico SW - NE do domo vulcânico de terras altas "Thebit U 1" - LRO QuickMap.

 

Domo Vulcânico de Terras Altas  "Pontanus H 1":

Localização: dentro da cratera Pontanus H.

Coordenadas Selenográficas: LAT: 31o 32' S, LON: 016o 04' E;

Dimensões na base: 8 Km X 5 Km (alongado no sentido Sudoeste - Nordeste);

Altitude: aproximadamente 500 m em relação ao fundo da cratera Pontanus H;

Foto executada por VTOL com apenas 1 frame em 22‎ de ‎fevereiro‎ de ‎2011, ‏‎02:32:44.

Foto: Imagem do Domo Vulcânico de Terras Altas "Pontanus H 1", capturada pela sonda lunar robótica LRO da NASA.

Imagem: O perfil altimétrico do Domo Vulcânico de Terras Altas "Pontanus H 1" - LRO QuickMap.

 

Domo Vulcânico de Terras Altas "Catharina 1":

Localização: 18 Km a sudeste da grande cratera CATHARINA.

Dimensões na base: 9 Km X 7 Km (alongado no sentido Norte - Sul);

Altitude: 750 m;

Coordenadas Selenográficas: LAT: 19o 34' S, LON: 26o 12' E.

Foto executada por VTOL com apenas 1 frame em 22‎ de ‎fevereiro‎ de ‎2011, ‏‎02:34:22.

Foto: Imagem do Domo Vulcânico de Terras Altas "Catharina 1" capturada pela sonda lunar robótica LRO da NASA.

Imagem: O perfil altimétrico do Domo Vulcânico de Terras Altas "Catharina 1" - LRO QuickMap.

 

Considerações técnicas sobre os domos vulcânicos:

Os domos foram vulcões ativos no passado lunar. Normalmente, um domo vulcânico é um pequeno monte de lava arredondado (domo hemisférico) criado por ação de erupções, com cerca de 5 a 20 Km de diâmetro na base e altitude de apenas algumas centenas de metros, com encostas pouco íngremes. Alguns apresentam uma minúscula cavidade em seu topo, que marca o local por onde a lava emergiu (vulcanismo extrusivo - movimento ou erupção de magma até o exterior da crosta através de respiradouros ou chaminés vulcânicas, com posterior solidificação da lava na superfície lunar) para formar a cúpula de lavas.

Como dissemos, as cúpulas ou domos vulcânicos são comumente interpretados como tendo sido formados pela erupção de magma através de um orifício central (respiradouros ou chaminés). No entanto, certos domos lunares, tem o corpo extremamente baixo, sugerindo que eles foram formados por intrusão de volumes subterrâneos de magma pressurizado, conhecidos como diques, e não pela clássica erupção de lava. Nesta situação, a invasão do magma pressurizado ocorre entre as camadas de rochas, promovendo o encurvamento para cima da camada superior, criando assim, um perfil de domo ou cúpula sobre a superfície.

Domos ou cúpulas são estruturas geralmente difíceis de observar devido às suas baixas altitudes. Logo, essas formações são detectadas e observáveis apenas quando estão próximos do terminadouro (terminator), ou seja, com a incidência de luz em baixo ângulo, o que enfatiza suas presenças.

A maior parte dos domos vulcânicos estão situados nas regiões baixas dos mares escuros de lavas lunares, e apenas poucos estão localizados nas terras altas e claras, a maioria dos quais são mais íngremes ou acentuados do que aqueles presentes nos mares.

 

Domos dos mares de lava são escuros:

Na maioria das vezes, como foi dito, os domos são encontrados nas superfícies dos mares de lavas escuras e tem seus corpos escuros (baixa taxa de albedo), devido às suas mineralogias terem altos teores de ferro e titânio. Os domos dos mares de lava são mais baixos, achatados, escuros e difíceis de serem observados.

 

 Domos de terras altas são claros:

O poder de refletir a luz (alto albedo) desses domos de terras altas sugere que eles possuem uma mineralogia diferente, provavelmente suas lavas carreguem baixo teor de ferro e titânio e sejam mais viscosas e ricas em sílica.  Os domos de terras altas possuem porte mais íngreme, acentuado e corpo com textura clara. Por estarem presentes nas terras altas, esses domos seriam estruturas relativamente mais antigas que os domos dos mares.

Como os domos de terras altas têm um albedo mais elevado, são relativamente difíceis de serem detectados (ficam um pouco camuflados) em relação às formações circundantes presentes nas terras altas e que também possuem alto albedo.

Foto principal executada com apenas 1 frame em ‎01‎ de ‎maio‎ de ‎2013, ‏‎03:38:36 (06:38:36 UT).

Bo

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