Informações sobre a Foto
Crateras Lunares que homenageiam dois BRASILEIROS.
Série " Crateras Brasileiras ":
Cratera SANTOS-DUMONT ;
Cratera DE MORAES ;
Primeira selenofotografia da série: Cratera SANTOS-DUMONT - Grande inventor e pioneiro da aviação mundial, considerado o "Pai da Aviação", o brasileiro Alberto Santos-Dumont (1873-1932).
Segunda e última selenofotografia da série: Cratera DE MORAES - Grande astrônomo e professor brasileiro Abrahão de Moraes (1916 – 1970).
Cratera SANTOS-DUMONT:
Diâmetro: 8 Km;
Profundidade: 2 Km (apesar de fontes oficiais indicarem 2 Km de profundidade, a medição do Perfil Altimétrico N - S do LRO QuickMap, indica 2,63 Km de profundidade máxima) ;
Coordenadas selenográficas: LAT: 27° 42′ 00″ N, LON: 04° 48′ 00″ E.
Período geológico lunar: Eratosteniano (Eratosthenian): 3,2 bilhões até 1,1 bilhão de anos atrás.
Melhor período para observação: quarto-crescente ou 6 dias após a Lua cheia.
SANTOS-DUMONT é uma pequena cratera de impacto de morfologia simples que está localizada na margem leste do Mare IMBRIUM, mais especificamente nas montanhas do Promontorium FRESNEL, que fazem parte da grande cordilheira conhecida como Montes APENNINUS. A cratera SANTOS-DUMONT posiciona-se cerca de 20 Km ao norte da maciça montanha Mons HADLEY, que também compõe os Montes APENNINUS.
O impacto que criou SANTOS-DUMONT aconteceu na lateral de uma montanha (superfície inclinada). Por isso, suas bordas sul e sudeste são mais altas que as demais. SANTOS-DUMONT tem formato de tigela, com encostas internas íngremes e piso interno arredondado com o fundo plano e liso. Essa cratera tão especial para os brasileiros posiciona-se a 54 Km do local de alunissagem da missão Apollo 15.
Sobre Alberto Santos-Dumont:
Alberto Santos-Dumont (1873-1932) foi um inventor brasileiro pioneiro da aviação mundial, considerado o “pai da aviação”. Santos-Dumont é reconhecido como herói nacional que construiu e voou, pela primeira vez na história, uma aeronave de asas fixas, mais pesada que o ar, autopropulsada, nominada 14-Bis (também conhecido como Oiseau de Proie - Ave de Rapina). O primeiro voo do avião 14-Bis ocorreu em 12 de novembro de 1906, em Paris, França. Pela primeira vez no mundo um aparelho mais pesado que o ar realizou um voo completo, decolando, voando e pousando.
Em 1976, a International Astronomical Union (IAU) definiu o nome SANTOS-DUMONT, para uma pequena cratera de impacto lunar, para imortalizar a memória do inventor brasileiro Alberto Santos-Dumont. A referida cratera era inicialmente nominada como Hadley B.
Na descrição da nominação oficial feita pela IAU, para essa pequena formação lunar com 8 Km de diâmetro, está especificado que, Alberto Santos-Dumont, foi apenas, um engenheiro aeronáutico brasileiro, e não o “Pai da Aviação”. Lamentável!
Porém, a partir da semente plantada por Alberto Santos Dumont, hoje podemos viajar de um continente ao outro em poucas horas, o homem conseguiu pisar na Lua e as sondas espaciais robóticas visitam planetas distantes.
Composição: A cratera SANTOS-DUMONT fotografada em voo orbital pela sonda lunar robótica americana LRO da NASA.
Imagem: O perfil Altimétrico NW - SE da cratera SANTOS-DUMONT - NASA / LRO QuickMap.
Imagem: O perfil Altimétrico N - S da cratera SANTOS-DUMONT - NASA / LRO QuickMap.
Foto: Uma pequena cratera para um grande homem. Composição fotográfica mostrando a pequena e modesta cratera SANTOS-DUMONT, com 8 Km de diâmetro, bem aquém da importância e relevância do grande "Pai da Aviação". Foto do detalhe retangular executada em 19 de junho de 2010, 19:24:46 e foto maior em 20 de junho de 2010, 19:31:54. Fotos com apenas 1 frame executadas porVTOL.
Foto executada com apenas 1 frame em 19 de junho de 2010, 19:24:46 (22:24:46 UT).
SANTOS-DUMONT ( LAT: 27° 42′ 00″ N, LON: 04° 48′ 00″ E) é uma cratera de impato de morfologia simples, com 8 Km de diâmetro e 2,63 Km de profundidade máxima, localizada nas montanhas do Promontorium (cabo) Fresnel, que faz parte da grande cordilheira conhecida como Montes Apenninus, na margem leste do Mare Imbrium. Santos Dumont posiciona-se cerca de 30 Km a nordeste da montanha maciça Mons Hadley, que também compõe os Montes Apenninus.
Perfil Oeste - Leste e Perfil Norte - Sul
O "Pai da Aviação", Alberto Santos Dumont (1873 - 1932).
Santos-Dumont tem formato circular de "tigela" (bowl shape), piso arredondado e encostas internas íngremes.
A cratera localiza-se cerca de 60 Km do local de pouso da missão Apollo 15.
O "Pai da Aviação", Alberto Santos Dumont (1873 - 1932).
Esta cratera originalmente, chamava-se Hadley B. Porém, em 20 de julho de 1973, no auditório do National Air and Space Museum do Smithsonian Institution (Washington D.C. / USA), com a presença de seu diretor, o ex-astronauta da Apollo 11, Michael Collins, a IAU (International Astronomical Union) concedeu ao "Pai da Aviação" uma eterna e universal homenagem, "rebatizando" a pequena cratera Hadley B como SANTOS-DUMONT. Porém, o nome definitivo SANTOS-DUMONT, só viria a ser registrado oficialmente pela IAU no ano de 1976.
Essa homenagem aconteceu por grande empenho da aviadora pioneira brasileira Anésia Pinheiro Machado ((1902 - 1999), primeira mulher a se habilitar e a trabalhar como aviadora no Brasil), junto à comunidade aeronáutica mundial.
A primeira aviadora brasileira Anésia Pinheiro Machado.
O dia escolhido para a homenagem (20 de julho) marcava a data em que o homem pela primeira vez pisou na Lua (1969) e os dias dos nascimentos de Alberto Santos Dumont (1873 - centenário do nascimento) e seu pai Henrique Dumont (1832).
___________________________________________________________________________________________________________________________________________
Segunda selenofotografia da série: Cratera DE MORAES - Grande astrônomo e professor brasileiro Abrahão de Moraes (1916 – 1970).
Cratera DE MORAES:
Obs.: Todas as imagens desta postagem foram obtidas pela sonda lunar robótica americana Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) da NASA.
DE MORAES é uma cratera de impacto de morfologia complexa, localizada nas terras altas (planaltos) da região norte da face oculta da Lua, nas coordenadas selenográficas LAT: 49° 30′ 00″ N, LON: 143° 12′ 00″ E. A cratera DE MORAES apresenta 54,5 Km de diâmetro e 4 Km de profundidade. Ela possui aro irregular, de aspecto desgastado, com paredes internas largas e erodidas por impactos subsequentes. Suas bordas são altas. A borda leste da cratera DE MORAES hospeda uma cratera menor, com cerca de 13 Km de diâmetro. De forma semelhante, a borda oeste de DE MORAES, também hospeda uma cratera com cerca de 13 Km de diâmetro. O piso interno de DE MORAES é plano, pois foi inundado por lavas que escaparam por fissuras no fundo da cratera (fissuras causadas pelo impacto). O piso não possui pico central e nem outras características marcantes, apenas apresenta marcas de alguns impactos minúsculos.
Junto à borda sudeste de DE MORAES está o impacto da cratera De Moraes S (diâmetro: 45 Km). Por sua vez, o impacto que criou a cratera De Moraes S, ocorreu por sobre a já existente cratera De Moraes T (diâmetro: 46 Km), e isso fez com que De Moraes S ocupasse metade do piso interno de De Moraes T.
Em 1979, a International Astronomical Union (IAU) nominou a cratera lunar DE MORAES para imortalizar a memória do grande professor e astrônomo brasileiro Abrahão de Moraes (1916 – 1970). A cratera DE MORAES também possui 2 crateras satélites (De Moraes S e De Moraes T).
Sobre Abrahão de Moraes:
Abrahão de Moraes foi Diretor do IAG-USP (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas - Universidade de São Paulo) de 1955 a 1970.
O Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas é um dos principais polos de pesquisa do Brasil nas áreas de Ciências Exatas e da Terra, com mais de 120 anos de atividades. No ensino, se destaca na formação de profissionais nas áreas de Astronomia, Geofísica e Meteorologia em nível de graduação e de pós-graduação.
Abrahão de Moraes nasceu em Itapecerica da Serra, SP, em 17 de Novembro de 1917, filho de José Elias e Guilhermina Pires de Moraes.
Foi um dos primeiros alunos da recém criada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, para onde se transferiu após dois anos na Escola Politécnica e onde graduou-se em Física em 1938, aos 21 anos. Participou com Mário Schenberg e Walter Schützer do primeiro grupo de pesquisa em Física Teórica criado na USP pelo Professor Gleb Wataghin. Desse tempo são seus primeiros trabalhos publicados pela Academia Brasileira de Ciências. Em 1945 participou de concurso para a cadeira de Mecânica Racional da Escola Politécnica com uma tese sobre Teoria das Percussões. Classificou-se em segundo lugar, um resultado bastante contestado na época. A classificação lhe valeu os títulos de Doutor em Ciências e de Livre Docente. Dedicou-se intensamente ao ensino tendo sido professor em diversas unidades da USP, onde seus cursos de Mecânica Racional, Mecânica Analítica, Mecânica Celeste e Física Matemática se notabilizaram pela perfeição e clareza de suas exposições. Em 1949 sucedeu Wataghin na chefia do Departamento de Física.
Sempre se interessou pela Astronomia e em 1949, juntamente com o Prof. Aristóteles Orsini e outros, fundou a Associação de Amadores de Astronomia de São Paulo da qual foi por varias vezes diretor. Foi convidado para escrever o capítulo “A Astronomia no Brasil”, do livro “As ciências no Brasil”, de Fernando de Azevedo, publicado em 1955.
Em 1954, membros do Conselho Universitário da USP, entre eles o Prof. Orsini, então presidente da Associação de Amadores de Astronomia de São Paulo e diretor da Faculdade de Odontologia da USP, discutindo a melhor solução para a sucessão do Prof. Alypio Leme de Oliveira na direção do Observatório de São Paulo (Instituto Astronômico e Geofísico da USP), chegaram por consenso ao seu nome. Em 1955 o Prof. Abrahão de Moraes assumiu a direção do Observatório de São Paulo.
A escolha de Abrahão de Moraes para dirigir o IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) em 1955 foi fundamental para o futuro daquela instituição e da Astronomia brasileira. Feliz foi a circunstância de que isto tenha ocorrido quase ao mesmo tempo em que Fernando de Azevedo o convidou para escrever o capítulo de Astronomia de seu livro “As Ciências no Brasil”. Aquele trabalho lhe deu uma visão abrangente da Astronomia no Brasil que, após um início razoável nos tempos do Império, havia desaparecido – As últimas pesquisas em astronomia realizadas no Brasil, os trabalhos teóricos sobre o movimento dos asteroides e as observações feitas com a luneta zenital para a determinação da variação da latitude do Rio de Janeiro, ambos de Lélio Gama, datavam da década de 1930. O contraste com o progresso que se verificava em outras disciplinas científicas era gritante.
Entre 1959 e 1967, Abrahão de Moraes representou o Brasil no comitê técnico da Comissão do Espaço Cósmico da ONU. Em 1967 foi aprovado para a cátedra de Cálculo Diferencial e Integral da Escola Politécnica da USP, transferida, após a reforma universitária de 1969, para o Instituto de Matemática e Estatística. De 1965 a 1970, presidiu o Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (hoje INPE) em São José dos Campos, SP.
Abrahão de Moraes faleceu em São Paulo em 11 de Dezembro de 1970. Da sua luta incansável resultou a transformação do IAG em unidade de ensino e pesquisa da USP. Mas não teve ele o prazer de estar vivo nesse momento e assistir ao final feliz da sua luta.
Em vida recebeu diversas homenagens por sua incansável atuação pelo desenvolvimento da Astronomia e das Ciências Espaciais no Brasil: as “Palmes Académiques” da França, o diploma da National Science Foundation dos Estados Unidos e a Ordem do Mérito Aeronáutico do Brasil. Foi membro titular da Academia Brasileira de Ciências. Sua memória foi homenageada pela International Astronomical Union (IAU) em 1979, que nominou oficialmente uma cratera de impacto na Lua com seu nome: DE MORAES. A cratera DE MORAES também possui 2 crateras satélites menores (De Moraes S e De Moraes T). (Fonte: IAG-USP).
Composição: A foto do astrônomo brasileiro Abrahão de Moraes e a face oculta da Lua apresentando a abrangência da foto enfocando a cratera DE MORAES - foto IAG-UP / Lado oculto da Lua - NASA / LRO.
Composição: A cratera DE MORAES fotografada em close num voo orbital da sonda lunar robótica americana LRO da NASA.
Imagem: O perfil altimétrico N - S da cratera DE MORAES - NASA/LRO QuickMap.
Composição: As crateras DE MORAES, De Moraes S e De Moraes T fotografadas em voo orbital pela sonda lunar robótica americana LRO da NASA.
Imagem: A região da cratera DE MORAES fotografada em voo orbital pela sonda lunar robótica americana LRO da NASA.
Imagem: A região da cratera DE MORAES fotografada em voo orbital pela sonda lunar robótica americana LRO da NASA.