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Crateras Theophilus, Cyrillus e Catharina- 11 e 12 de maio de 2020
As crateras THEOPHILUS, CYRILLUS e CATHARINA formam um dos conjuntos mais interessantes e marcantes para a observação telescópica. Esse destacado trio se localiza na margem oeste do Mare NECTARIS, no quadrante sudeste lunar. As três crateras tem aproximadamente o mesmo diâmetro, próximo dos 100 Km. Esse belo conjunto de crateras pode ser melhor observado no quinto dia após à Lua nova ou no quarto dia após a Lua cheia.
CYRILLUS -
Diâmetro: 98 Km.
Profundidade: 3,4 Km.
Coordenadas Selenográficas: LAT: 13° 12′ 00″ S, LON: 24° 00′ 00″ E.
Período Geológico Lunar: Período Nectárico (Nectarian): 3,92 bilhões até 3,85 bilhões anos atrás.
CATHARINA -
Diâmetro: 99 Km.
Profundidade: 3,1 Km.
Coordenadas Selenográficas: LAT: 18° 00′ 00″ S, LON: 23° 36′ 00″ E.
Período Geológico Lunar: Período Nectárico (Nectarian): 3,92 bilhões até 3,85 bilhões anos atrás.
Cratera THEOPHILUS:
Diâmetro: 100 Km;
Profundidade: 5,7 Km
Coordenadas Selenográficas: LAT: 11° 24′ 00″ S, LON: 26° 24′ 00″ E.
Período Geológico Lunar: Eratosteniano (Eratosthenian): 3,2 bilhões até 1,1 bilhão de anos atrás.
Melhor período de observação: 5 dias após a Lua nova ou 4 dias após a Lua cheia.
Quem foi THEOPHILUS? Theophilus of Alexandria (385 - 412) foi bispo e patriarca de Alexandria no Egito.
A grande e proeminente cratera THEOPHILUS é a mais jovem desse trio. Ela, por si própria, representa uma formação espetacular e um clássico exemplo de cratera com morfologia complexa. Suas bordas externas são conservadas e elevam-se por até 2,5 Km acima do nível da superfície externa circundante. As bordas formam uma espécie de “fortificação” ao redor da cratera, com paredes escarpadas e inclinadas, criadas pelos escombros cavados e ejetados durante o impacto.
A cratera THEOPHILUS tem piso inundado por lava, que criou um aspecto plano, porém um pouco rugoso, principalmente no quadrante leste. Possui uma maciça montanha central com picos múltiplos, sendo que o mais alto atinge cerca de 2,77 Km em relação ao fundo da cratera. THEOPHILUS possui notórios terraços em suas paredes internas. Existem depósitos planos de material derretido pelo impacto, chamados de lagoas, junto à borda externa norte de THEOPHILUS. O topo de suas bordas chega a atingir até 2,5 Km em relação á superfície externa circundante.
Como dissemos, a cratera THEOPHILUS apresenta morfologia muito complexa. Suas paredes sofreram deslizamentos de seções circulares inteiras de materiais que se despregaram da borda interna e foram para baixo até o piso, para criar a explícita estruturação de terraços, em forma de degraus ou curvas de nível.
A borda sudoeste de THEOPHILUS adentrou a borda nordeste da cratera CYRILLUS, provando com isso que THEOPHILUS é mais jovem que seu vizinho.
Ilustração: A cratera THEOPHILUS e seu perfil altimétrico W – E. Foto e perfil por VTOL.
Existem relatos de estranhas aparições em THEOPHILUS e muitos astrônomos a consideram um “local quente” para busca por TLP (Transient Lunar Phenomenona – fenômeno lunar transitório, breve ou passageiro), que são descritos como aparições rápidas de luzes, cores ou mudança de aparência no visual, o que poderia demonstrar a existência de manifestações vulcânicas, escape de gases ou outros processos geológicos que supostamente implicaria que a Lua não estaria geologicamente morta. O termo TLP foi criado em 1968 pelo falecido astrônomo inglês Sir Patrick Moore, autor de mais de 70 livros sobre astronomia, apresentador de programas sobre astronomia em rádio e televisão, e colunista da revista inglesa Sky at Night.
Foto principal executada com apenas 1 frame em 11 de abril de 2012, 02:37:32 (05:37:32 UT).
Foto executada com apenas 1 frame em 22 de fevereiro de 2011, 02:27:00.