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A alunissagem suave da sonda "BLUE GHOST" em 02/03/2025.
Missão “Ghost Riders in the Sky” e a alunissagem suave da sonda "Blue Ghost” da empresa americana Firefly Aerospace:
A sonda "Blue Ghost", parte integrante da missão “Ghost Riders in the Sky”, da startup americana Firefly Aerospace, realizou um pouso suave na superfície lunar, em 02/03/2025 (domingo).
Após seu lançamento em 15 de janeiro, a espaçonave “Blue Ghost” passou aproximadamente 45 dias viajando para a Lua, aproveitando esse tempo para conduzir testes e verificações de funcionamento em cada um dos subsistemas a bordo.
A sonda lunar/módulo de pouso “Blue Ghost” alunissou suavemente no interior do Mare Crisium, em 02 de março de 2025, 2:34 a.m. CST (Central Standard Time/USA) ou 5h34m (horário de Brasília). Ray Allensworth, diretor do programa da Firefly aerospace, disse que a sonda desviou de perigos incluindo pedregulhos para pousar em segurança na superfície lunar.
Em seus momentos finais de descida, o módulo de pouso lunar "Blue Ghost" usou navegação de terreno baseada em visão e prevenção de riscos, para avaliar sua posição, identificando crateras, declives e rochas antes de selecionar um local de alunissagem seguro. Seus propulsores do Sistema de Controle de Reação (RCS) dispararam conforme necessário, garantindo uma alunissagem controlada e suave.
Alguns dados sobre a missão lunar intitulada “Ghost Riders in the Sky”:
Empresa: Startup americana Firefly Aerospace (fundada há uma década).
Cliente: NASA.
Nave espacial: módulo de pouso/sonda lunar “Blue Ghost”. O nome é uma homenagem ao vaga-lume Phausis reticulata, conhecido como “Blue Ghost” (inseto catalogado em 1825, pelo entomologista americano Thomas Say (1787 – 1834)), encontrado no leste e no centro dos EUA.
Veículo Lançador: Foguete Falcon 9 (SpaceX).
Data de lançamento: 15 de janeiro de 2025 (06:11 UT).
Data da alunissagem: 02 de março de 2025 (2:34 a.m. CST (Central Standard Time/USA), 5h34m (horário de Brasília) ou 8:34 UT.
Local de alunissagem do módulo lunar “Blue Ghost”: Interior do Mare CRISIUM (diâmetro: 418 km), próximo da formação vulcânica Mons Latreille (coordenadas selenográficas: LAT: 18° 28′ 12″ N, LON: 61° 55′ 12″ E - quadrante nordeste lunar). Mons Latreille é uma montanha lunar de origem vulcânica e foi nomeada pela International Astronomical Union (IAU) em maio de 2021, para homenagear o entomologista francês Pierre André Latreille (1762 - 1833). Essa montanha se eleva cerca de 150m acima da superfície do mar de lavas circundante (Mare CRISIUM) e tem aproximadamente 6,4 km de diâmetro. O ponto de alunissagem da sonda "Blue Ghost" foi próximo das coordenadas selenográficas LAT: 18.56° N e LON: 61.81° E..
Dez instrumentos científicos e tecnológicos da NASA foram embarcados na espaçonave “Blue Ghost Mission 1” e já estão na superfície lunar! Tais instrumentos fazem parte da iniciativa "Commercial Lunar Payload Services" (CLPS) da NASA.
Durante um dia lunar completo (cerca de 14 dias terrestres) a “Blue Ghost” fará muitos experimentos operando as cargas úteis transportadas para a NASA. Tais equipamentos promoverão apurada pesquisa lunar sobre navegação, resistência à radiação, mitigação de poeira e muito mais, visando a segurança das missões futuras. Testará também, coletas de regolito lunar e verificará suas propriedades geofísicas, além de investigar as interações entre o vento solar e o campo magnético da Terra.
Além disso, em 14 de março de 2025, a Firefly Aerospace pretende capturar imagens de alta definição do eclipse lunar total, quando a Terra bloqueará o Sol acima do horizonte da Lua.
O módulo de pouso / sonda lunar Blue Ghost também monitorará o pôr do Sol lunar, em 16 de março de 2025, fornecendo dados sobre como a poeira lunar levita, devido às influências solares, o que acaba por criar um brilho no horizonte lunar, documentado pela primeira vez pelo astronauta americano Eugene Cernan, da Apollo 17. Após o pôr do Sol, a sonda Blue Ghost operará várias horas na noite lunar.
A Firefly Aerospace é a primeira empresa privada a alunissar, de forma suave e totalmente correta, uma espaçonave na Lua, sem colidir ou tombar. Apenas cinco países realizaram tal feito até agora: Rússia, EUA, China, Índia e Japão. No ano passado, a empresa Intuitive Machines, sediada em Houston / EUA, com seu módulo de pouso “Odysseus”, fez um pouso irregular na Lua, que foi considerado próximo de ser bem-sucedido.
Essa é a terceira missão do programa de "entrega lunar comercial" da NASA, que pagou US$ 101 milhões pelo envio dos 10 equipamentos e mais US$ 44 milhões pela execução dos experimentos científicos e tecnológicos a bordo.
O módulo lunar “Blue Ghost”, tem 2 metros de altura e 3,5 metros de largura. Ele foi projetado para ter estabilidade, com centro de massa baixo e 4 pads de pouso com base larga que absorvem choques, além de possuir tecnologia confiável de voo.
Os principais componentes da sonda "Blue Ghost" (painéis, suportes, pads de pouso, aviônicos, baterias e propulsores) foram construídos usando muitas das mesmas tecnologias comprovadas em outros voos, que são comuns a todos os veículos de lançamento e, também, orbitais da Firefly aerospace, permitindo custos mais baixos e confiabilidade aprimorada.
A sonda “Blue Ghost” está equipada com um dispositivo que pode sugar e coletar poeira lunar para análise, além de uma broca capaz de medir a temperatura, até 3 metros abaixo da superfície lunar.
Nas próximas duas semanas, hospedada na superfície lunar, a sonda “Blue Ghost” executará continuamente operações científicas e tecnológicas para a NASA. A empresa Firefly aerospace, que possui cerca de 700 funcionários, objetiva forjar uma "rodovia para a Lua", permitindo o acesso regular ao nosso satélite natural, avançando a pesquisa lunar e estabelecendo as bases para que os humanos tenham uma presença duradoura na Lua.
As dez cargas (instrumentos) a bordo do módulo de pouso “Blue Ghost” da FireflyAerospace:
“Next Generation Lunar Retroreflector” (NGLR): Anteparo ou alvo para lasers emitidos a partir da Terra. Permitirá a medição precisa da distância Terra-Lua ao refletir pulsos de laser extremamente curtos, a partir de observatórios baseados na Terra.
"Lunar Magnetotelluric Sounder" (LMS): caracterizará a estrutura e composição do manto lunar, ao medir campos elétricos e magnéticos. Essa investigação ajudará a determinar a estrutura térmica e a evolução da temperatura da Lua, para entender como ela esfriou e se diferenciou quimicamente desde sua formação.
"Lunar Instrumentation for Subsurface Thermal Exploration with Rapidity" (conhecido como LISTER): Medirá o fluxo de calor do interior da Lua (variações de temperatura em diferentes profundidades), até 3 metros de profundidade, utilizando tecnologia de perfuração pneumática.
"Regolith Adherence Characterization" (RAC): Registrará como o regolito lunar adere a diferentes materiais expostos ao ambiente lunar ao longo do dia (taxas de acúmulo do regolito em superfícies).
"Radiation Tolerant Computer" (RadPC): Testará um computador capaz de se recuperar de falhas causadas por radiação ionizante. Medirá a capacidade do computador de resistir à radiação espacial enquanto passa pelos cinturões de radiação da Terra, durante aviagem até a Lua e, também, na superfície lunar.
"Electrodynamic Dust Shield" (EDS): Tecnologia ativa de mitigação de poeira, que usa campos elétricos para mover e evitar o acúmulo de poeira lunar perigosa em superfícies importantes.
“Lunar PlanetVac” (LPV): Projetado para coletar amostras de regolito da superfície lunar, usando rajada de ar comprimido para impulsionar o regolito para o interior de uma câmara de amostragem, onde será analisado por vários instrumentos.
"Lunar Environment Heliospheric X-ray Imager" (LEXI): Captura uma série de imagens de raios X para estudar a interação do vento solar com o campo magnético da Terra, que catalisa distúrbios e tempestades geomagnéticas. A ser implantado e operado na superfície lunar, este instrumento fornecerá as primeiras imagens apresentando globalmente a borda do campo magnético da Terra.
"Lunar GNSS Receiver Experiment" (LuGRE): Demonstrará a possibilidade de adquirir e rastrear sinais de constelações GPS e Galileo, durante a viagem até a Lua, na órbita lunar e na superfície lunar. Se bem-sucedido, o LuGRE será o primeiro precursor para futuras espaçonaves lunares usarem constelações de satélites no entorno da Terra, para estimar com precisão, sua posição, velocidade e tempo.
"Stereo Camera for Lunar Plume-Surface Studies" (SCALPSS): Usará fotogrametria de imagem para capturar o impacto da pluma de exaustão do retrofoguete no regolito, conforme o módulo de pouso desce na superfície da Lua. As imagens de alta resolução auxiliarão na criação de modelos para prever a erosão do regolito lunar. Importante para futuras alunissagens, quando espaçonaves maiores com equipamentos mais pesadas são entregues à Lua, em proximidade uns dos outros.
Fontes de pesquisa:
https://www.hindustantimes.com/
