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CRÔNICAS DE UM REFRATOR

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02/12/2011

Por Bruno Vieira Gonçalves - 

A minha obsessão pelos refratores me mantém impelido a atingir a capacidade de um refrator e qual o melhor meio de utilizá-lo, pois se eu escolhesse qual o melhor refrator, com certeza em pouco tempo apareceria um outro bem mais superior.

Mesmo em uma objetiva constituída de apenas uma lente, como as utilizadas até no final dos anos de 1680, podiam-se apreciar um astro com um poder trinta vezes superior ao olho humano. Mesmo com aberração
cromática, a luneta de Galileu proporcionava uma visão seis vezes mais potente do que um olho humano.
Os refratores com aberturas mais modestas, entre 50mm e 60mm, já proporcionam uma visão dos astros completamente diferente do que vemos a olho nu, utilizando-se aumentos entre 100x e 120x respectivamente,
notando-se as formas dos planetas como por exemplo as fases em Mercúrio e Vênus, a forma achatada do globo de Júpiter, suas duas faixas equatoriais e as suas quatro principais luas mudando de posição de uma noite para outra, o planeta Saturno com o seu anel e a sua lua Titã, além do pálido Urano e do esquivo Netuno, além de interessantes panoramas na superfície da Lua. Também as manchas solares com os devidos cuidados (filtros adequados e/ou projeção) e os campos estelares, algumas nebulosas e estrelas duplas são bem apreciados.

Passando agora à categoria dos refratores entre 70mm e 90mm de abertura, devemos levar em conta a razão focal do instrumento para termos uma noção do grau de luminosidade das imagens e o que fazer para não se perder contraste, pois na resolução não podemos mexer, porque depende diretamenta da abertura da objetiva. Experimentei com calma durante bastante tempo aberturas tais como 76.2mm F/15, 80mm F/15 e 90mm F/10, todos montados com equatorial. O de 76.2mm aguentava sem perder contraste até 133x e o de 80mm até 140x por causa da distância focal longa (F/15). O de 90mm por causa do F mais curto (10) necessitava de um filtro reforçador de contrastes para alcançar 157.5x. Além desses aumentos apenas com as condições atmosféricas estando de uma forma excepcional o que é raro e tendo-se bons instrumentos e acessórios o que é caro, ou então quando a Lua desviava o alvo das nossas observações, podendo-se avançar para 2.5x o diâmetro da objetiva em milímetros.

Para ilustrar bem, nos planetas e na Lua respectivamente, usando-se de 150 a 180x, com um refrator de 75mm, 160x a 200x em um de 80mm e 180x a 225x com um de 90mm, é o ideal. Os refratores que tiverem um F inferior a 15, e isso incluí um 120mm OMNI ou uma 131mm DKD, deve-se utilizar um filtro reforçador de contrastes se quiserem obter imagens com contraste usando-se aumentos medianos (coef. 1.5x a 1.75x), senão inevitávelmente não conseguirão nenhuma observação planetária de valor. De posse do auxílio dos filtros adequados, poderão assim então avançar com aumentos mais elevados como 2x nos planetas e 2.5x na Lua e em condições excepcionais de transparência atmosférica durante as oposições planetárias ou nas observações diurnas de Mercúrio e Vênus, quando bem afastados do Sol.

Nos refratores acromáticos com 100mm de abertura acontecem uma diferença brutal entre um que tenha um F/15 com outro que tenha um inferior. Essa objetiva já capta muito mais luz e, razões focais curtas, podem provocar o "efeito discoteca" tamanha a quantidade de reflexos luminosos por causa da aberração cromática inevitável nas imagens planetárias por causa do F curto, e além de inevitávelmente precisarem de um reforçador de contrastes e quase sempre um V-Block ou um V-killer fazem-se também necessários, pois tratam-se de objetivas acromáticas, e não a justaposição tríplice encontrada nos apocromáticos e com vidros de baixa dispersão, e esse problema já não acontece com um refrator de 100mm que tenha o F 15, pois a justaposição tríplice de um Apo é uma consequência dos esforços para se obterem bons contrastes com F curtos. A longa distância focal mantém a imagem equilibrada e contrastada mesmo com o coeficiente de apenas 1x o diâmetro da objetiva e com uma resolução que revela os mesmos detalhes quando utilizados com coefcientes mais altos tais como 1.5x a 1.75x. Um refrator de 100mm aberto a F/15 apresenta imagens perfeitas com aumentos entre 100x até 175x sem precisar de utilizar qualquer tipo de filtro quando comparados com outros de 100mm, porém com um F inferior a 15, seja para aberração cromática quanto para melhorar os contrastes, pois as imagens saem como o que se quer conseguir ao utilizar-se um apocromático, tendo nelas as características óticas ideais entre o diâmetro da objetiva e uma distância focal favorável.

E quanto à vantagem mencionada no título?
Já disse em outras postagens que durante bastante tempo observei jupiter com um refrator Zeiss de 150mm F/15 e uma luneta com uma objetiva Clavé de 200mm F/15 também. As imagens eram fantásticas mas estranhamente previsíveis e até certo ponto monótonas como se fica contemplando uma sucessão dos mesmos acidentes.

Apesar de o observatório nacional se utilizar uma luneta Bamberg de 100mm F/15 profissionalmente, os refratores com aberturas de 150mm abertos a F 15 são considerados telescópios profissionais, com tubos enormes de 2,50 metros e montagens gigantes, porém os de abertura menores com um F também 15 ou com um F mais curto porém ajudado por um filtro reforçador de contrastes (um by Baader de preferência), esses refratores de porte mediano apesar de não verem com maior constância os acidentes em Júpiter por exemplo estão sempre se deparando com surpresas como a que tive ao observar com a minha luneta no dia 25/11/2011 três manchas brancas a leste da GMV, onde deveria estar apenas a oval BA e que foram corroboradas e registradas por uma foto feita pelo colega Garbelini no mesmo dia e hora.

São os fatores imprevisibilidade e surpresa que tornam excitantes as observações com as aberturas moderadas, que através de observações sistemáticas acabam por visualizar configurações inesperadas nos discos planetários que nos geram surpresas emocionantes de se ver.

Bruno é, atualmente, membro ativo do Astro Fórum

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