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VEGETAÇÃO RASTEIRA e PEQUENOS ANIMAIS na LUA?
“VEGETAÇÃO RASTEIRA” / “PEQUENOS ANIMAIS” em deslocamento na Lua e no fundo da cratera ERATOSTHENES ???
Antes de abordarmos sobre o título em voga, vamos falar um pouco sobre a cratera de impacto ERATOSTHENES, onde o assunto em questão se origina.
Sobre a cratera ERATOSTHENES – Cratera de Impacto de morfologia complexa (diâmetro: 58 km, profundidade: 3,43 km):
> Coordenadas Selenográficas: LAT: 14° 28′ 12″ N, LON: 011° 19′ 12″ W.
> Período Geológico Lunar: Eratosteniano (de -3,2 bilhões a -1,1 bilhão de anos atrás).
> Melhores períodos para observação: Um dia após à fase quarto crescente ou na fase quarto minguante.
> Quem foi ERATOSTHENES? Eratosthenes de Cyrene (275 aC - 195 aC ) foi um matemático, geógrafo e astrônomo grego. Ele foi o primeiro a usar a palavra "geografia" em grego e inventou essa disciplina como nós a entendemos hoje. Ele foi o primeiro a determinar com relativa precisão a circunferência da Terra.
Imagem: A cratera de impacto de morfologia complexa ERATOSTHENES, fotografada com frame único em 07 de outubro de 2019, 18:55:30 (21:55:30 UT).
A destacada cratera de impacto de morfologia complexa ERATOSTHENES está situada no extremo sul da cordilheira dos MONTES APENNINUS (extensão: 600km, altitude máxima: 5,5 km), bem na fronteira entre o MARE IMBRIUM (diâmetro: 1.123 km) e a baía do SINUS AESTUUM (diâmetro: 316,5 km).
ERATOSTHENES possui aro circular bem definido, com encostas altas e íngremes. Suas paredes internas são esculpidas em terraços (como se fossem grandes degraus). Os terraços foram formados quando as faces de dentro das paredes entraram em colapso e deslizaram por toda a circunferência interna. Isso ocorreu, principalmente, logo após ao impacto que a criou. A borda externa apresenta encostas fortificadas no seu entorno, criada por materiais escavados e ejetados durante o impacto. A cratera ERATOSTHENES não possui sistema de raios brilhantes.
O piso interno de ERATOSTHENES é irregular e um pouco rugoso, apresentando uma montanha central com alguns picos. Picos centrais ocorrem em crateras complexas, como resultado da ação de camadas interiores da superfície, que reagem contra o forte impacto inicial do corpo que criou a cratera. Picos centrais quando emergem desprendem energia que pode até mesmo ajudar a causar deslizamentos para formar terraços nas bordas internas, além de depositar escombros ou pedregulhos ao longo do piso interno da cratera.
Importante marcador geológico na história da Lua:
Na década de 1960, a cratera ERATOSTHENES foi identificada pelos cientistas americanos Gene Shoemaker e Robert Hackman, através de parâmetros de estratigrafia (ciência que determina as idades relativas de materiais geológicos, observando as relações de sobreposição entre as diferentes unidades geológicas), como um importante marcador geológico na história da Lua, delimitando o período da escala de tempo lunar mais longo (PERÍODO ERATOSTHENIANO), estimado dentro do intervalo que varia entre 3,2 bilhões a 1,1 bilhão de anos atrás.
“VEGETAÇÃO RASTEIRA” / “PEQUENOS ANIMAIS” em deslocamento na Lua?
Uma das características mais interessantes da cratera ERATOSTHENES reside no fundo de seu piso interno, onde são observáveis minúsculas manchas escuras. Entre 1919 e 1924, essas manchas peculiares foram cuidadosamente observadas e estudadas pelo famoso astrônomo e professor americano William Henry PICKERING (1858 - 1938).
Imagem: A pequena e jovem cratera de impacto de morfologia simples PICKERING (diâmetro: 15,4 km, profundidade: 2,74 km), fotografada em 25 de agosto de 2020, 20:19:06 (23:19:06 UT).
Quando PICKERING observou detalhadamente as manchas escuras no piso interno da cratera ERATOSTHENES, inicialmente, chegou a uma conclusão inesperada. De acordo com o astrônomo e pesquisador inglês Sir Patrick Moore (1923 – 2012), em seu livro intitulado “The Wandering Astronomer” (CRC Press - 2000), William PICKERING acreditava que as tais marcas escuras seriam segmentos de vegetação rasteira! Ele chegou a afirmar que, dois trechos da tal vegetação, cresciam por dia em ERATOSTHENES. Além disso, PICKERING também criticou outros astrônomos por afirmarem que a vida na Lua seria impossível.
Imagem: As pequenas manchas escuras no fundo do piso interno da cratera ERATOSTHENES.
Ainda de acordo com Sir Patrick Moore, após realizar novas observações detalhadas da cratera ERATOSTHENES, William PICKERING descobriu que as manchas escuras variavam regularmente com o tempo, ou seja, pareciam se mover através do piso interno da cratera! Tal fato foi uma surpresa para ele! A partir daí, PICKERING aplicou um novo enfoque um tanto quanto fantasioso, ao velho assunto das manchas escuras, quando então afirmou: "Embora essa sugestão de um ciclo de vida lunar possa parecer fantasiosa..... ela se baseia na analogia da migração dos lobos marinhos das ilhas Pribilof. A distância envolvida é cerca de 32 quilômetros e é completada em 12 dias. Isso apresenta uma velocidade média com cerca de 1,8 metro por minuto, o que, como vimos, implica em pequenos animais."
Sobre o astrônomo americano William Henry PICKERING:
O conceituado astrônomo William Henry PICKERING promoveu a criação de importantes observatórios astronômicos, liderou expedições para registrar eclipses solares e estudou com afinco as crateras na Lua.
Imagem: William Henry Pickering (1858-1938), astrônomo americano.
Em 1899, PICKERING descobriu Phoebe, a nona lua de Saturno. Em 1903, PICKERING publicou o atlas lunar fotográfico intitulado “The Moon: A Summary of the Existing Knowledge of our Satellite”. Mais tarde, em 1919, ele previu a existência de um “Planeta X”, com base em anomalias nas posições de Urano e Netuno.
Imagem: O atlas lunar fotográfico publicado por Willian Pickering em 1903, intitulado “The Moon: A Summary of the Existing Knowledge of our Satellite”.
Conclusão:
Apesar de parecer improvável que, há cerca de 100 anos, um astrônomo americano renomado ter inicialmente afirmado existir vegetação e posteriormente pequenos animais em deslocamento na Lua, as pequenas manchas escuras em ERATOSTHENES realmente mudam visualmente, com a variação do ângulo de iluminação solar, ao longo de cada lunação. Tal fenômeno levou William Henry PICKERING a acreditar, fantasiosamente, que existiam pequenos animais em deslocamento na Lua!
Foto de frame único em 07 de outubro de 2019, 18:55:30 (21:55:30 UT).
