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COPERNICUS em dois tempos - 08 e 09 de março de 2025.
NÃO É MONÓTONO OBSERVAR A LUA!
Não é monótono observar a Lua, pois ela sempre se apresenta diferente toda vez que olhamos para ela. Nosso satélite natural mostra uma constante alteração no aspecto visual de suas formações, devido aos seus movimentos, que produzem mudanças através da "dupla dinâmica" luz e sombra, na medida em que o Sol nasce e se põe, ao longo de seu rico relevo, criando as fases.
A linha que separa o dia da noite (o círculo máximo que separa o hemisfério iluminado do hemisfério escuro) é conhecida como terminadouro ("terminator" em inglês). A velocidade de avanço do terminadouro ao longo do equador lunar, é de aproximadamente 15,4 Km/h (4,28 m/s). Isso afeta enormemente o aspecto observacional das formações presentes na detalhada superfície da Lua. Assim, ao longo de uma mesma noite, por exemplo na fase crescente, muitas formações que estavam escondidas pela escuridão aparecerão no amanhecer lunar. No caso de a Lua estar minguante, muitas formações que estavam iluminadas pelo Sol, sumirão nas sombras no anoitecer lunar. Em ambos os casos, as feições que estiverem próximas do terminadouro, devido ao baixo ângulo de iluminação solar (luz rasante), terão seus relevos "dramaticamente realçados". Isto significa que, a visão das altitudes e das profundidades, serão notórias!
Isto posto, as selenofotografias feitas a partir de pequenos telescópios baseados na Terra, tem papel muito importante no estudo científico da Lua (Selenografia), principalmente aquelas executadas com ângulos oblíquos de luz solar por sobre a superfície lunar.
A jovem e proeminente cratera de impacto COPERNICUS:
A destacada cratera de impacto de morfologia complexa COPERNICUS (diâmetro: 93 km, profundidade: 3,8 km) localiza-se de forma destacada ao sul do Mare IMBRIUM. COPERNICUS é uma espetacular formação com cerca de 800 milhões de anos (alguns autores consideram 1 bilhão). Essa jovem e ampla feição da superfície de nosso satélite natural, possui um dos mais destacados sistemas de “raios brilhantes” da Lua, que são trilhas criadas por materiais escavados e ejetados velozmente (para todos os lados por sobre a superfície) pelo forte impacto que criou a bela cratera.
O impacto também ejetou escombros que subiram, caíram, e criaram um notável aglomerado de minúsculas crateras secundárias no entorno de COPERNICUS. Alguns desses materiais ejetados para cima provavelmente escaparam da gravidade lunar (velocidade de escape da Lua = 2,38 Km/s) e atingiram nosso planeta na forma de meteoritos.
As bordas externas que circundam COPERNICUS, que formam uma espécie de encosta “fortificada”, feita de paredes escarpadas e inclinadas, foram criadas pelos escombros escavados pelo impacto. As paredes internas são notoriamente estruturadas em terraços (como grandes degraus), criados por seções circulares de materiais que deslizaram, principalmente logo após o impacto.
O piso interno de COPERNICUS encontra-se 3,8 Km abaixo do topo da borda da cratera e mostra-se plano, porém levemente rugoso, apresentando protuberantes montes quase centrais, com o pico mais alto atingindo cerca de 1.2 Km acima da superfície do fundo da cratera. Montes centrais ascendem no piso interior das crateras, quando as rochas da crosta lunar são excessivamente comprimidas pelos poderosos impactos que as criaram, e reagem com uma espécie de ricochete (ação e reação). Assim, os picos centrais de COPERNICUS contém materiais com origem provável de 5 a 10 Km abaixo da superfície.
Fotos de frame único em 08 e 09 de 2025.