Informações sobre a Foto
Descoberta de uma suposta nova cratera fantasma.
RETROSPECTIVA - Prováveis crateras fantasmas descobertas por selenógrafos brasileiros:
No dia 22 de fevereiro de 2011, às 02:08:06 hora local, o selenógrafo Prof. Tolentino do Vaz Tolentino Observatório Lunar (VTOL) de Belo Horizonte / MG, fotografou a região do MARE SERENITATIS e descobriu uma provável cratera fantasma de porte médio, com diâmetro aproximado de 47 Km e profundidade com cerca de 100 m. As coordenadas selenográficas dessa cratera fóssil são LAT: 18.8060o N, LON: 19.2962o E. A misteriosa formação não possui catalogação na IAU (International Astronomical Union). Essa descoberta foi notícia, a convite de Alexandre Amorim, no conceituado Boletim Observe do NEOA-JBS, edições de Dezembro/2011 e Janeiro/2012, no interessante blog Cienctec / Wordpress de Sergio Sacani Sancevero e no LPOD (Lunar Photo Of the Day) de Charles A. Wood, website americano de credibilidade internacional, especializado em Lua. Essa descoberta também fez parte do conteúdo da palestra “Lua: Nada mais a Pesquisar?”, ministrada pelo veterano astrônomo e amigo Prof. Nelson Travnik, durante o 14o ENAST (Encontro Nacional de Astronomia), realizado em São Paulo / SP, em 13 de novembro de 2011.
Foto: A cratera fantasma descoberta pelo Prof. Tolentino do VTOL em 22 de fevereiro de 2011, às 02:08:06 hora local. Foto executada pelo VTOL com apenas 1 frame.
Outra provável cratera fantasma de porte médio foi descoberta pelo selenógrafo Avani Soares, de Canoas / RS do Observatório PARSEC. A cratera foi descoberta numa foto executada por Avani em 05 de janeiro de 2012, na região de mar de lavas entre o Oceanus Procellarum e o Mare Imbrium. A pedido de Avani, o VTOL analisou a foto da suposta cratera fantasma, traçou perfis altimétricos e emitiu um parecer positivo para a misteriosa formação. A referida cratera tem aproximadamente 46 Km de diâmetro e 130 m de profundidade. A misteriosa formação não possui catalogação na IAU. Essa cratera também foi notícia no Boletim Observe (edição de Junho/2013) e no LPOD.
Foto: A cratera fantasma descoberta por Avani Soares do Observatório PARSEC, em 05 de janeiro de 2012. Foto executada com apenas 1 frame pelo VTOL.
A nova cratera fantasma: - Suspiciously Circular Feature (SCF).
Na fotografia executada pelo selenógrafo Prof. Tolentino do VTOL em 21 de maio de 2013, às 22:45:18 hora local, o ângulo da luz solar denunciou uma incomum formação lunar, caracterizando uma pequena e rasa depressão circular, com sombra em arco na parede interna do lado leste. Essa suposta cratera fantasma de morfologia simples, localiza-se na região de mar de lavas, entre o Oceanus Procellarum e o Mare Imbrium, próxima da cratera fantasma descoberta pelo Avani (cerca de 130 Km de distância uma da outra). A suposta pequena cratera fantasma mostra-se totalmente suplantada por lava basáltica. Porém, a delimitação de seu pequeno contorno circular e a curvatura de sua rasa depressão concava são evidentes. Após pesquisas na literatura técnica, atlas lunares e na Web, nada foi encontrado a respeito dessa cratera fóssil de pequeno porte. Isso indica que a misteriosa formação não possui catalogação na IAU (International Astronomical Union).
Nova Cratera Fantasma (pequeno porte – morfologia simples):
Diâmetro aproximado: de 8,5 a 9,5 Km;
Profundidade aproximada: 130 m;
Coordenadas Selenográficas: LAT: 32.3980o N, LON: 42.7580o W.
Foto: Localização da nova cratera fantasma de pequeno porte (morfologia simples) descoberta pelo VTOL.
Foto: a cratera fantasma de pequeno porte (morfologia simples) descoberta por Tolentino do VTOL em 21 de maio de 2013, às 22:45:18 hora local. Foto executada com apenas 1 frame pelo VTOL.
Analisando o resultado do perfil de altimetria da ferramenta “Line Tool” do QuickMap, aplicado sobre a pequena e misteriosa formação, verificamos que ela apresenta depressão de uma clássica cratera fantasma. Afirmamos isso, pois também analisamos a altimetria das crateras fantasmas catalogadas pela IAU, conhecidas como DAGUERRE e LAMONT. Analisamos também, o perfil daquela cratera descoberta pelo VTOL em 22 de fevereiro de 2011. Com isso, chegamos à conclusão de que todas essas crateras fantasmas possuem perfis altimétricos bastantes semelhantes.
Foto: A cratera fantasma DAGUERRE, catalogada pela IAU, com seu perfil altimétrico. Foto executada com apenas 1 frame pelo VTOL.
Foto: A cratera fantasma LAMONT, catalogada pela IAU, com seu perfil altimétrico. Foto executada com apenas 1 frame pelo VTOL.
Conclusão:
A cratera fantasma descoberta pelo VTOL em 22 de fevereiro de 2011 (100 m de profundidade), a cratera fantasma descoberta por Avani Soares em 05 de janeiro de 2012 (130 m de profundidade) e a nova pequena cratera fantasma descoberta pelo VTOL em 21 de maio de 2013 (130 m de profundidade), são um pouco mais rasas do que aquelas conhecidas e catalogadas pela IAU, DAGUERRE e LAMONT (ambas com aproximadamente 400m de profundidade).
O que isto significa? Significa que, no passado (na época dos antigos selenógrafos), quando o interesse principal em observar a Lua era realizar o mapeamento de seu relevo, para identificar e nominar as formações lunares, não se tinha a tecnologia que dispomos na atualidade para ajudá-los, ou seja, formações rasas como essas três crateras fantasmas descobertas, não são fáceis de observar através de uma ocular para se ter convicção do que realmente se está observando. Além disso, formações desse tipo são muito difíceis de serem detectadas sem o uso de fotografias de alta resolução.
Séculos depois, após à época dos antigos selenógrafos, do período inicial de catalogação e nominação das formações do relevo lunar, desenhos de mapas da Lua e outros estudos, finalmente chegou-se à era espacial. As primeiras sondas lunares robóticas (soviéticas e americanas) e as alunissagens tripuladas das missões APOLLO, tinham outros objetivos científicos que não eram descobrir novas formações lunares não catalogadas. Além disso, mesmo nas fotos de altíssima resolução executadas pelas modernas sondas lunares robóticas (SELENE, LRO, GRAIL, etc), as imagens foram capturadas, em sua maioria, com a luz solar vindo do alto e não de forma oblíqua. Isso dificulta o realce do relevo e não facilita a identificação de depressões mais rasas como essas crateras fantasmas que foram descobertas.
Para os selenógrafos modernos, somente após a evolução tecnológica das câmeras fotográficas digitais de alta resolução (CDD e CMOS), juntamente também, com a evolução da ótica dos telescópios (grandes e bons espelhos e também as lentes APO), combinada com o angulo oblíquo favorável de incidência de luz na superfície lunar, ficou mais fácil identificar formações lunares desconhecidas, de qualquer tipo, pequenas e rasas, "camufladas" e não catalogadas. Digo isso, também, baseado na notícia divulgada no Jornal “O Serrano”, de Serra Negra / SP ( http://www.oserrano.com.br/print.asp?tipo=Astronomia&id=3295 ), onde se afirma que, somente em 20 de setembro de 1996, foi fotografado pela primeira vez no Brasil, por nosso amigo, o veterano astrônomo Prof. Nelson Travnik, a pequena cratera Santos-Dumont (8 Km de diâmetro e 2 Km de profundidade). Note bem, a cratera Santos-Dumont foi nominada pela IAU em 1973 (originalmente chamava-se Hadley B) e, somente em 1996, com o pioneirismo do Prof. Travnik, alguém no Brasil conseguiu fotografá-la. Com os recursos atuais, fotografar Santos-Dumont ficou mais fácil.
A dedicação por parte dos astrônomos amadores brasileiros aos trabalhos de pesquisa no seguimento da selenografia e selenofotografia investigativa, está gerando bons frutos!